A Rebelião dos Marinheiros
Chega a Semana Santa e o Presidente João Goulart viaja para São Borja - RS.
Na Marinha, chegava-se ao ápice de uma crise entre marinheiros e oficiais.
Realizou-se na noite do dia 25 de Março de 1964, no Palácio do Aço, sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, controlado pelo PCB, a solenidade comemorativa do 2º Aniversário da fundação da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais, com o comparecimento de cerca de 3.000 pessoas.
O Ministro da Marinha, o Almirante Silvio Mota sempre considerou essa Associação como uma organização parassindical infiltrada pelo PCB. Por isso, essa comemoração estava por ele proibida.
De imediato, o Ministro manda prender doze graduados que compactuavam com a realização da solenidade proibida.
Marinheiros, cabos e sargentos amotinaram-se no Palácio do Aço durante 4 dias, recusando-se a abandoná-lo, a não ser que as punições fossem revogadas. Uma tropa de 23 fuzileiros foi enviada ao Palácio para efetuar o desalojamento dos amotinados, mas terminaram por aderir ao motim.
Clima de insurreição deflagrado !
A crise somente se encerra quando oficiais do Gabinete Militar da Presidência sentam-se à mesa com o líder da rebelião, o marinheiro de 1ª classe, José Anselmo dos Santos, mais conhecido como cabo Anselmo.
Essa solução gera uma dupla humilhação para a oficialidade da Marinha:
Primeiro: os marinheiros presos haviam sido levados para quartéis do Exército;
Segundo: depois de soltos, saíram em passeata pelo Rio de Janeiro, carregando nos ombros dois Almirantes de esquerda.
Resultado: o Ministro Silvio Mota pede demissão.
Jango volta ao Rio de Janeiro e não consegue nomear nenhum oficial da ativa da Marinha para substituí-lo, tamanha a humilhação imposta a essa Força.
Coube a nomeação de Paulo Mário da Cunha Rodrigues, do quadro da reserva, muito próximo da Partido Comunista.
Dessa forma, a falta efetiva de punição aos rebelados, e da avaliação se suas reivindicações, piorou muito a situação.
De reunião em reunião, o Presidente João Goulart, não tomou nenhuma medida disciplinadora.
Foi conivente com a insubordinação dentro da Força.
Sua situação se complica ainda mais.
Faltam 5 dias para o desfecho de seu governo.
Veja o Link da Capa do Jornal Folha de S.Paulo, de 27 de Março de 1964:
http://acervo.folha.com.br/fsp/1964/03/27/2//4448243
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