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quarta-feira, 26 de março de 2014

25 e 26 de Março de 1964


A Rebelião dos Marinheiros

Chega a Semana Santa e o Presidente João Goulart viaja para São Borja - RS.

Na Marinha, chegava-se ao ápice de uma crise entre marinheiros e oficiais.

Realizou-se na noite do dia 25 de Março de 1964, no Palácio do Aço, sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, controlado pelo PCB, a solenidade comemorativa do 2º Aniversário da fundação da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais, com o comparecimento de cerca de 3.000 pessoas.






O Ministro da Marinha, o Almirante Silvio Mota sempre considerou essa Associação como uma organização parassindical infiltrada pelo PCB. Por isso, essa comemoração estava por ele proibida.

De imediato, o Ministro manda prender doze graduados que compactuavam com a realização da solenidade proibida.

Marinheiros, cabos e sargentos amotinaram-se no Palácio do Aço durante 4 dias, recusando-se a abandoná-lo, a não ser que as punições fossem revogadas. Uma tropa de 23 fuzileiros foi enviada ao Palácio para efetuar o desalojamento dos amotinados, mas terminaram por aderir ao motim.
Clima de insurreição deflagrado !

A crise somente se encerra quando oficiais do Gabinete Militar da Presidência sentam-se à mesa com o líder da rebelião, o marinheiro de 1ª classe, José Anselmo dos Santos, mais conhecido como cabo Anselmo.





Essa solução gera uma dupla humilhação para a oficialidade da Marinha:

Primeiro:  os marinheiros presos haviam sido levados para quartéis do Exército;
Segundo:  depois de soltos, saíram em passeata pelo Rio de Janeiro, carregando nos ombros dois Almirantes de esquerda.

Resultado: o Ministro Silvio Mota pede demissão.

Jango volta ao Rio de Janeiro e não consegue nomear nenhum oficial da ativa da Marinha para substituí-lo, tamanha a humilhação imposta a essa Força.

Coube a nomeação de Paulo Mário da Cunha Rodrigues, do quadro da reserva, muito próximo da Partido Comunista.



Dessa forma, a falta efetiva de punição aos rebelados, e da avaliação se suas reivindicações, piorou muito a situação.

De reunião em reunião, o Presidente João Goulart, não tomou nenhuma medida disciplinadora.

Foi conivente com a insubordinação dentro da Força.

Sua situação se complica ainda mais.

Faltam 5 dias para o desfecho de seu governo.


Veja o Link da Capa do Jornal Folha de S.Paulo, de 27 de Março de 1964:

http://acervo.folha.com.br/fsp/1964/03/27/2//4448243



 

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