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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Processo Pré 31 de Março de 1964



As eleições de 03 de Outubro de 1960 foram muito importante para a sequência dos
próximos 4 anos no Brasil.

Os candidatos eram Jânio da Silva Quadros, pelo PTN ( Partido Trabalhista Nacional ), o Marechal Henrique Baptista Duffles Teixeira Lott, pelo PSD ( Partido Social Democrático ) e Adhemar Pereira de Barros, pelo PSP ( Partido Social Progressista ).

A candidatura para a Vice-Presidência ( de acordo com a vigência da Constituição de 1946 ) era independente e concorreram João Belchior Marques Goulart, pelo PSD e Milton Campos, pela UDN ( União Democrática Nacional ) e Fernando Ferrari, pelo MTR ( Movimento Trabalhista Renovador ).

Venceram as eleições Jânio Quadros, para a Presidência da República, com mais de 5 milhões de votos ( 48,3% ) e João Goulart, para a Vice-Presidência, com 4,5 milhões de votos ( 36,1% ).

Jânio Quadros governou do dia 31 de Janeiro de 1961 até 25 de Agosto de 1961.

Exatos 206 dias.



 
 
Ao Congresso Nacional
 
Nesta data, e por este instrumento, deixando com o Ministro da Justiça, as razões de meu ato, renuncio ao mandato de Presidente da República.
Brasília, 25.8.61


A carta entregue ao Ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, tinha o seguinte conteúdo:

Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
"Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.
"Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.
"Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia.
"Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é aos companheiros que comigo lutaram e me sustentaram dentro e fora do governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios, para todos e de todos para cada um.
"Somente assim seremos dignos deste país e do mundo. Somente assim seremos dignos de nossa herança e da nossa predestinação cristã. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor. Trabalharemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria."
Brasília, 25 de agosto de 1961.


Ouça abaixo a notícia da renúncia pelo Repórter Esso:


http://www.youtube.com/watch?v=OzBOyyamZSg



Após a renúncia do Presidente Jânio Quadros, assume a Presidência o Presidente da Câmara Federal, Ranieri Mazzilli que tomava posse interinamente no cargo, até o retorno do vice-Presidente João Goulart, que se achava em viagem oficial à China.


 
JÂNIO QUADROS E ERNESTO CHE GUEVARA






RANIERI MAZZILLI 
 

21 de Fevereiro de 1964



O Presidente João Goulart deve assinar amanhã o decreto que institui o novo salário mínimo, no Palácio das Laranjeiras.

Instrução da SUMOC causa alta do café na Bolsa de NY.

Jango discursará hoje na Vila Militar, na comemoração dos 19 anos da Tomada de Monte Castelo, na Segunda Guerra Mundial.

Amaral Neto teme pelo regime.

A SUMOC fixa em US$ 2 mil o limite para viajantes.



Segue o Link da capa do Jornal Folha de S. Paulo de 21 de Fevereiro de 1964.


http://acervo.folha.com.br/fsp/1964/02/21/2//5393180