VISITAS

quarta-feira, 12 de março de 2014

Véspera do Início do Fim de João Goulart




RELEMBRANDO:

Após a renúncia de Jânio Quadros, houve muita resistência pelos ministros militares a João Goulart, o legítimo Vice-Presidente, de acordo com a Constituição de 1946.
Para que pudesse assumir a presidência e evitar uma guerra civil, aceitou uma humilhante manobra criada na forma de um regime Parlamentarista, com a intenção de limitar seus poderes, tendo como seu Primeiro-Ministro, Tancredo Neves.

A força de Jango vinha da máquina da Previdência Social e das alianças com a esquerda no controle dos sindicatos. Tinha uma biografia raquítica que fazia dele um dos mais despreparados e primitivos políticos da história do Brasil. Era oscilante e indeciso. Submetido, claramente, às influências de seu cunhado, Leonel Brizola, então Governador do Rio Grande do Sul.

Era, de certa forma, protegido por parte dos quartéis, através de um "dispositivo" criado pelo General Argemiro de Assis Brasil, então chefe do Gabinete-Militar.
Esse dispositivo foi tão longe que planejou o sequestro do Governador da Guanabara, Carlos Lacerda, numa visita em que faria ao Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro.
Deu tudo errado, por mera desorganização e desarticulação de comando.

Em Outubro de 1962, João Goulart tentara um golpe, solicitando ao Congresso Nacional a decretação do estado de sítio. No entanto, viu-se abandonado pela esquerda que repeliu a manobra.

Conseguiu, entretanto, antecipar o plebiscito - após incitação de uma grave geral, o Congresso Nacional aprovou o pedido de antecipação  - que definiria qual o regime a ser seguido no país, Presidencialismo ou Parlamentarismo, para 06 de Janeiro de 1963.

Dessa forma, conseguiu recuperar seus poderes de Presidente da República, com a vitória da escolha do presidencialismo.



Somado a essas manobras com espírito golpista, João Goulart, via-se diante de um momento econômico nada favorável.

Os investimentos estrangeiros haviam caído pela metade.
A inflação que fora de 50% ao ano em 1962, passou a ser de 75% em 1963 e, já nos primeiros 2 meses de 1964, projetava-se em 140% para aquele ano.
As graves que foram em número de 154 em 1962, passaram para 302 em 1963.

Aliado a tudo isso, João Goulart cultivava um choque com o Congresso Nacional, sabidamente conservador, onde defendia uma reforma política que o permitia concorrer à reeleição.
Comprava dessa forma, uma briga com outros pré-candidatos como  Magalhães Pinto ( Governador de Minas Gerais ), Adhemar de Barros ( Governador de São Paulo ), Carlos Lacerda ( Governador da Guanabara ) e o Ex-Presidente J.K.

Diante do exposto, fica claro que havia um golpe em marcha, de Jango, que viria amparado no seu "dispositivo militar" e nas bases sindicais, onde pressionariam o conservador Congresso Nacional, obrigando-o a aprovar um pacote de reformas e a mudança das regras do jogo da sucessão presidencial.

Percebe-se que era um governo em crise, com uma bandeira de reformas hasteada no mastro da intimidação.

O Presidente João Goulart, definitivamente, inicia a costura do seu fim no dia 12 de Março de 1964, tendo decidido e confirmado fazer um grande comício na praça em frente á Central do Brasil, no Rio de Janeiro, ao lado do Ministério da Guerra.

No dia 11 de Março de 1964 ( ontem ), João Goulart disse, em discurso que fez no Arsenal da Marinha:"o comício do dia 13 será um encontro do povo com o seu Presidente e isso não pode ser uma ameaça à democracia".

Declarou: " O que ameaça a democracia é a fome, é a miséria. é a doença, mas nunca o povo em prática pública, no uso de seus direitos legítimos e democráticos ".


Veja abaixo o Link da Capa do Jornal Folha de S.Paulo, de 12 de Março de 1964:

http://acervo.folha.com.br/fsp/1964/03/12/2//4418976




Nenhum comentário:

Postar um comentário