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domingo, 2 de março de 2014

EVENTOS QUE LEVARAM AO CONTRAGOLPE DE 1964




Após a Revolução Russa, em 1917, Vladimir Ilitch Ulianov ( Lênin ), coloca em prática uma doutrina de expansão mundial do comunismo.

Em 1920, Lênin apresenta as condições para a filiação ao Partido Comunista e inicia a realização de amplas campanhas de agitação e propaganda nas organizações militares, incluindo o Exército.

Em 25 de Março de 1922, foi criado o Partido Comunista Brasileiro ( PCB ).

Em 1927, o Partido Comunista iniciou um trabalho de infiltração nos quartéis, influenciando Luís Carlos Prestes, Capitão do Exército, a aderir ao comunismo, o que aconteceu em Março de 1931.

Em Abril de 1935, Prestes foi incumbido, pelo alto comando da União Soviética, a promover um levante armado no Brasil, para derrubar Getúlio Vargas.

Liderados pela Alliança Nacional Libertadora ( ANL ), militares inclinados ao comunismo iniciaram uma rebelião em 23 de Novembro de 1935, mas pela desorganização, falta de planejamento dos ataques e falta de apoio popular, o Exército derrotou os comunistas e evitou o golpe de estado. Prestes foi preso e perdeu a patente de Capitão.

Logo após o final da 2ª Guerra Mundial, o PCB tenta desestabilizar o governo Dutra  -  A União Soviética passa toda a década de 1950 tentando desestruturar as democracias ocidentais através de suas sucursais ( os Partidos Comunistas locais ).

Com a vitória da Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, em 1959, a União Soviética despertou  um interesse específico pelo Brasil, considerando suas dimensões continentais, o fato de ter fronteiras com quase todos os países da América do Sul ( só não tem fronteira com o Equador e o Chile ), sendo dessa forma, estratégico no cenário mundial, para concluir o projeto de expansão do comunismo na América do Sul.

Nos primeiros anos da década de 1960, o Brasil passa a viver um período de crescente instabilidade política, militar e institucional.

Em 1961, Luís Carlos Prestes, esteve com o comandante da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ( U.R.S.S ), Nikita Kruschev, em Moscou para planejar a Revolução Agrária a ser realizada no Brasil.

Ainda em 1961, no governo Jânio Quadros, o PCB enviou a Cuba, com apoio de Fidel Castro, brasileiros para realizarem um treinamento político-militar visando a preparação de quadros revolucionários, para desencadear ações de guerrilha rural e urbana no Brasil.

Em 1962, chineses receberam brasileiros, para o mesmo treinamento, na Academia Militar de Pequim.

Enquanto isso, no nordeste brasileiro, Francisco Julião, organizou as Ligas Camponesas com militares treinados em Cuba, sendo que, o apoio cubano concretizava-se com o fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, para funcionar como campos de treinamento.

Tudo isso acontecendo e João Goulart governava o país de forma indecisa e pendular, ora em direção ao comunistas, ora em direção aos conservadores.

Em Setembro de 1963, tudo indicava que o Brasil caminhava para uma Revolução de Esquerda, principalmente pelo fato do Presidente apoiar a sindicalização de sargentos, o que promovia, diretamente, a quebra de hierarquia e disciplina dentro das Forças Armadas.

Em 04 de Outubro de 1963, Jango solicita Estado de Sítio ao Congresso Nacional por um prazo de 30 dias. Essa manobra foi repelida pelo Congresso e então, João Goulart passa a conduzir ações no sentido de implementar o projeto golpista que desaguaria num planejado regime totalitário de esquerda.

O indeciso e apático Presidente era claramente insuflado, orientado e influenciado por Leonel Brizola e, dessa forma, pregava a necessidade de reformas de base e implementação de uma república sindicalista. Brizola o alertara: “ ou damos o golpe ou o sofreremos “.

Controlando todo o aparelho sindical pelo país afora, o governo promovia o grevismo, a anarquia e o caos urbano. O Brasil passava por enorme intranquilidade, estagnação econômica e um processo inflacionário descontrolado. Alheio às críticas recebidas por diversos setores da sociedade, Jango e o PCB mantinham entendimentos constantes.

Em 13 de Março de 1964, o Presidente João Goulart, faz um comício na Central do Brasil – Rio de Janeiro – com cerca de 300.000 participantes. Estavam no palanque, junto com o Presidente, Miguel Arraes e Leonel Brizola, onde pediam as Reformas de Base, a legalização do PCB e a entrega de armas ao povo.

A reação da oposição a esse comício veio no dia 19 de Março, com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo.

No dia seguinte, em 20 de Março de 1964, apoiados por Brizola e pela CGT, a Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais reuniu-se e declarou o início de um motim, fato que criou maior instabilidade e extrema insatisfação dentro de segmentos das Forças Armadas, por haver clara interferência na rotina disciplinar vinda de civis comprometidos com a esquerda e com a desordem.

Na sequência, na sede do Sindicato dos Operários Navais, em Niterói, promove-se um Congresso Continental de Solidariedade a Cuba.

Por fim, para afrontar de vez a estabilidade da sociedade e a paciência das Forças Armadas, contrariando os conselhos de seu Líder na Câmara, Tancredo Neves, João Goulart participa, no dia 30 de Março, na sede do Automóvel Clube, de uma homenagem da Associação dos Sargentos da PM, onde em discurso defendeu a mudança da constituição, que o permitiria a concorrer às eleições de 1965, desagradando a Carlos Lacerda, Governador da Guanabara, Magalhães Pinto, Governador de Minas Gerais e o Ex-Presidente JK.

O golpe de esquerda estava preparado para 1º de Maio de 1964, caso o Congresso não aprovasse as mudanças solicitadas.

Nesses termos, a imprensa, a Igreja Católica e a maior parte do Congresso Nacional exigia ações das Forças Armadas para conter os comunistas no Brasil. Além disso, os jornais O Globo, Jornal do Brasil, Correio da Manhã e Diário de Notícias pregavam abertamente a deposição do Presidente João Goulart.

Chega-se ao limite.

Na madrugada do dia 31 de Março de 1964, o General Olímpio Mourão Filho sai de Juiz de Fora, MG com suas tropas. Sabedor disso, o General Castello Branco tenta resolver a questão e faz contato telefônico com o governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto. Sem sucesso. O levante tinha total apoio do governador.

Em momento algum conseguiu-se articular uma reação armada por parte da esquerda. João Goulart, literalmente, não sabe o que fazer. Sai do Rio de Janeiro para Brasília e em seguida para Porto Alegre. No sul, Leonel Brizola tentava organizar uma resistência.

Tarde demais ...

Em 02 de Abril de 1964, o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli assume a Presidência interinamente.

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