Acabo de ler cinco livros que me colocaram em
depressão.
Uma Década Perdida, de Marques
Antonio Villa, Dirceu, de Otávio
Cabral, O Chefe, de Ivo Patarra, O Que Sei de Lula, de Nëumanne
Pinto e Um Assassinato de Reputações,
de Tuma Junior.
Cada página era uma desesperança com o destino do
nosso País.
Cada linha um choque de desespero.
Cada término de um capítulo a certeza de que estamos
mergulhados na mais deslavada corrupção moral de nossa história. Tudo será
verdade? Meias verdades, serão? Será tudo verdade inteira? Não sei, mas
que é triste é. Nada se apura? Onde estamos?
Pensei em
parar com a luta de 22 anos junto com o GRUPO GUARARAPES, achando que nossos
apelos estavam caindo no vazio. A sensação de impotência causa um sentimento de
frustração, que nos leva ao desânimo. Ouvi de companheiros: “Não há solução.
Tudo se encontra perdido” é algo acachapante, esmagador.
Passei a
perguntar a mim mesmo: “não estou fora do tempo com meus 89 anos? Será que os
meus valores não estão ultrapassados? Será que o Sermão da Montanha não mais
tem valor ético? Será que os dez mandamentos foram lançados por Deus para serem
jogados ao vento?
Encontro-me perdido num mundo em ebulição, onde o sexo, o dinheiro e o poder justificam as ações humanas. Assisto o
esmagamento dos valores éticos que nos foram ensinados pelos nossos
antepassados, instrutores e professores.
VERDADE?
O que esta coisa esdrúxula significa na nossa sociedade atual? Parece que se
valoriza a MENTIRA para que medíocres nos governem.
JUSTIÇA?
Pobre palavra que morreu na sociedade brasileira. Bandidos endeusados, STF
atacado de maneira irresponsável, Juízes e até o Presidente do STF
vilipendiados pela mídia que quer implantar um sistema ditatorial.
HONESTIDADE? Onde
ela mora no nosso País? Ela é uma obrigação fundamental do cidadão e quando se
diz que é uma qualidade há algo de errado em tudo isso.
Dizer que
fulano é honesto é a total distorção dos valores morais. Ser honesto é DEVER.
Quando líderes políticos vão a tribuna defender bandidos podemos aguardar o
caos. Roma é a história. Onde estão os nossos CÍCEROS para combater os
CATILINAS?
Penso e
penso e quanto mais penso, preocupado fico com o destino que nos aguarda. Há
algo que precisa ser entendido por todos nós.
Da escravidão do Poder Absoluto dos Reis passou-se a
gritar LIBERDADE – IGUALDADE - FRATERNIDADE. Foi a revolução francesa que
mudou, mesmo com a presença da guilhotina.
Século XIX e revoluções buscando a pregação da liberdade.
Fomos parar na Primeira Guerra Mundial, a queda dos impérios e a pregação do
socialismo a ferro e fogo.
O século XX, com os sistemas de governos
ditatoriais, coloca-o como o mais bárbaro da história da humanidade. Voltou-se
a barbárie. Os CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO e os GULAGS são os símbolos da desgraça
humana. 2ª Guerra Mundial e até a bomba atômica.
Se no século XIX a luta era pela liberdade, no
século XX pregava-se a igualdade e o resultado aí se encontra: o socialismo
fracassou e o resultado levou a evolução para o homem individual. Todos
sentados à frente duma maquina que fala e que parece saber tudo.
O TABLET não será o símbolo do egoísmo humano
presente?
Vive-se o dia a dia, sofregamente. A mediocridade
acredita que ela (máquina) resolverá tudo. O dia de amanhã não existe. O hoje
na busca do desejo, da ambição, da cobiça e da avidez. Ser rico de dinheiro e
não ser rico de valores internos, que dignificam a alma, é o viver do mundo
presente.
Quando Emile Zola lançou, J’ACCUSE na defesa da
VERDADE, foi quase tudo expresso no pensamento:
“Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam
atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas,
por um crime que ele não cometeu”.
Nós, neste documento,
queremos colocar a nu a nossa revolta, como estão tratando o nosso Brasil.
Preciso dormir. Meu
dever, como cidadão, penso, é de falar. Não quero ser cúmplice da desgraça de
meu País. Ao terminar a leitura do livro do delegado TUMA veio a ira e a
certeza de que não podemos abandonar a luta.
Zola era só e a
VERDADE VENCEU. Se os brasileiros forem esclarecidos torna-se-ão cada um, um
ZOLA. A Pátria não pode ser destruida pela passiividade de seus filhos.
Abri um e-mail. Era
uma biblioteca. Estava pensando em abandonar a luta e o destino fez clicar num
livro e surge na minha frente algo que me despertou para continuar de
sentinela. Vejam o que encontrei:
“Quantas
vezes nós pensamos em desistir, deixando de lado o ideal e os sonhos.
Quantas
vezes batemos em retirada, com o coração amargurado pela injustiça.
Quantas vezes falamos
sem ser notados.
Quantas
vezes lutamos por uma causa perdida.
Quantas
vezes voltamos para a casa com a sensação da derrota.
Quantas
vezes aquela lágrima teima em cair; justamente na hora em que precisamos
parecer forte.
Quantas
vezes pedimos a Deus um pouco de força e de luz e a resposta vem, seja lá
como for, um sorriso, um olhar cúmplice, um cartãozinho, um bilhete, um gesto
de amor.
E a gente
insiste. Insiste em prosseguir, em acreditar em transformar, em dividir, em
estar, em ser.
E Deus
insiste em nos abençoar, em nos mostrar o caminho aquele, mais difícil,
mais complicado, mais bonito.
E a gente
insiste em seguir, por ter uma missão, ser FELIZ.”
São vinte dois anos no
campo da luta das idéias. Há uma esperança. Livros já são escritos e os
VENDILHÕES DO ALTAR SAGRADO DA PÁTRIA SÃO EXPOSTOS à luz da VERDADE..
Estamos seguindo a lição de luta de
EMILE ZOLA quando afirmou:“A verdade marcha e nada
conseguirá detê-la”.
Como cantou
OLAVO BILAC:
“A pátria não é a raça, não é o meio,
não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou
herdado pelo povo” ou como escreveu o grande RUI BARBOSA:
"A pátria não é ninguém; são todos;
e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação.
A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de
governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos
filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da
liberdade. "
General Torres de Melo, coordenador do GRUPO
GUARARAPES
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