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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

General Torres de Melo




Acabo de ler cinco livros que me colocaram em depressão.

Uma Década Perdida, de Marques Antonio Villa, Dirceu,  de Otávio Cabral, O Chefe, de Ivo Patarra, O Que Sei de Lula,  de Nëumanne Pinto e Um Assassinato de Reputações, de Tuma Junior.

Cada página era uma desesperança com o destino do nosso País.

Cada linha um choque de desespero.

Cada término de um capítulo a certeza de que estamos mergulhados na mais deslavada corrupção moral de nossa história. Tudo será verdade? Meias verdades, serão?  Será tudo verdade inteira? Não sei, mas que é triste é. Nada se apura? Onde estamos?

        Pensei em parar com a luta de 22 anos junto com o GRUPO GUARARAPES, achando que nossos apelos estavam caindo no vazio. A sensação de impotência causa um sentimento de frustração, que nos leva ao desânimo. Ouvi de companheiros: “Não há solução. Tudo se encontra perdido” é algo acachapante, esmagador.

        Passei a perguntar a mim mesmo: “não estou fora do tempo com meus 89 anos? Será que os meus valores não estão ultrapassados? Será que o Sermão da Montanha não mais tem valor ético? Será que os dez mandamentos foram lançados por Deus para serem jogados ao vento?

         Encontro-me perdido num mundo em ebulição, onde o sexo, o dinheiro e o poder  justificam as ações humanas. Assisto o esmagamento dos valores éticos que nos foram ensinados pelos nossos antepassados, instrutores e professores.

        VERDADE? O que esta coisa esdrúxula significa na nossa sociedade atual? Parece que se valoriza a MENTIRA para que medíocres nos governem.

        JUSTIÇA? Pobre palavra que morreu na sociedade brasileira. Bandidos endeusados, STF atacado de maneira irresponsável, Juízes  e até o Presidente do STF vilipendiados pela mídia que quer implantar um sistema ditatorial.

        HONESTIDADE? Onde ela mora no nosso País? Ela é uma obrigação fundamental do cidadão e quando se diz que é uma qualidade há algo de errado em tudo isso.

 Dizer que fulano é honesto é a total distorção dos valores morais. Ser honesto é DEVER. Quando líderes políticos vão a tribuna defender bandidos podemos aguardar o caos. Roma é a história. Onde estão os nossos CÍCEROS para combater os CATILINAS?

        Penso e penso e quanto mais penso, preocupado fico com o destino que nos aguarda. Há algo que precisa ser entendido por todos nós.

Da escravidão do Poder Absoluto dos Reis passou-se a gritar LIBERDADE – IGUALDADE - FRATERNIDADE. Foi a revolução francesa que mudou, mesmo com a presença da guilhotina.

Século XIX e revoluções buscando a pregação da liberdade. Fomos parar na Primeira Guerra Mundial, a queda dos impérios e a pregação do socialismo a ferro e fogo.

O século XX, com os sistemas de governos ditatoriais, coloca-o como o mais bárbaro da história da humanidade. Voltou-se a barbárie. Os CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO e os GULAGS são os símbolos da desgraça humana. 2ª Guerra Mundial e até a bomba atômica.

Se no século XIX a luta era pela liberdade, no século XX pregava-se a igualdade e o resultado aí se encontra: o socialismo fracassou e o resultado levou a evolução para o homem individual. Todos sentados à frente duma maquina que fala e que parece saber tudo.

O TABLET não será o símbolo do egoísmo humano presente?

Vive-se o dia a dia, sofregamente. A mediocridade acredita que ela (máquina) resolverá tudo. O dia de amanhã não existe. O hoje na busca do desejo, da ambição, da cobiça e da avidez. Ser rico de dinheiro e não ser rico de valores internos, que dignificam a alma, é o viver do mundo presente.

Quando Emile Zola lançou, J’ACCUSE na defesa da VERDADE, foi quase tudo expresso no pensamento:

 Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que ele não cometeu”.     

Nós, neste documento, queremos colocar a nu a nossa revolta, como estão tratando o nosso Brasil.

Preciso dormir. Meu dever, como cidadão, penso, é de falar. Não quero ser cúmplice da desgraça de meu País. Ao terminar a leitura do livro do delegado TUMA veio a ira  e a certeza de que não podemos abandonar a luta.

Zola era só e a VERDADE VENCEU. Se os brasileiros forem esclarecidos torna-se-ão cada um, um ZOLA. A Pátria não pode ser destruida pela passiividade de seus filhos.

Abri um e-mail. Era uma biblioteca. Estava pensando em abandonar a luta e o destino fez clicar num livro e surge na minha frente algo que me despertou para continuar de sentinela. Vejam o que encontrei:

“Quantas vezes nós pensamos em desistir, deixando de lado o ideal e os sonhos.

 Quantas vezes batemos em retirada, com o coração amargurado pela injustiça.

Quantas vezes falamos sem ser notados.

Quantas vezes lutamos por uma causa perdida.

Quantas vezes voltamos para a casa com a sensação da derrota.

Quantas vezes aquela lágrima teima em cair; justamente na hora em que precisamos parecer forte.

Quantas vezes pedimos a Deus um pouco de força e de luz e a resposta vem, seja lá como for, um sorriso, um olhar cúmplice, um cartãozinho, um bilhete, um gesto de amor.

E a gente insiste. Insiste em prosseguir, em acreditar em transformar, em dividir, em estar, em ser.

E Deus insiste em nos abençoar, em nos mostrar o caminho aquele, mais difícil, mais complicado, mais bonito.

E a gente insiste em seguir, por ter uma missão, ser FELIZ.”

São vinte dois anos no campo da luta das idéias. Há uma esperança. Livros já são escritos e os VENDILHÕES DO ALTAR SAGRADO DA PÁTRIA SÃO EXPOSTOS à luz da VERDADE..

Estamos seguindo a lição de luta de EMILE  ZOLA quando afirmou:“A verdade marcha e nada conseguirá detê-la”.

      Como cantou OLAVO BILAC:

 “A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo” ou como escreveu o grande RUI BARBOSA:

 "A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. "

General Torres de Melo, coordenador do GRUPO GUARARAPES

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